As crianças esperaram muito tempo mas, Papai Noel não veio; os sapatinhos estavam vazios, nenhum presente.

Maria não sabia o que dizer para seus filhos. Onde, a boneca de Martinha... a bola de Pedrinho ou a roupa nova do José.

Ela abraçou os filhos com o amor de sempre; paciente e bom.

Ela tinha vontade de chorar, mas não chorou. Não ia deixar as crianças tristes. Lembrou que sempre ensinou seus filhos a dizer a verdade. Nunca mentir.

Era preciso falar a verdade para eles; por mais dolorosa que fosse.

-Neste ano, Papai Noel não veio com presentes.

Já era tempo de dizer às crianças que Papai Noel não existia, que era uma invenção dos adultos para presentear as crianças. O chamado ´bom velhinho “

existia, apenas, na imaginação das crianças.

Maria abraçou a todos carinhosamente e disse em voz calma e clara que não tinha, no momento, dinheiro para comprar presentes e brincar de “faz de conta” de Papai

 

Noel. Lembrou a todos que eles recebiam, todos os dias muitos presentes, mas estavam tão acostumados que, na maioria das vezes, não lembravam de agradecer: o amor que une a nossa família, a saúde, o pão de cada dia que não tem faltado, as boas amizades, enfim, o presente da vida e a esperança por dias melhores.

As crianças se aquietaram e, parece, compreenderam tudo o que a mãe dizia e a alegria voltou ao coração de todos.

Maria ganhou novo ânimo para continuar procurando um bom trabalho que possibilitasse, também, dar melhores condições de vida a seus filhos.