

De volta ao velho casarão
Encontro de ex-alunos do
Ginásio Vocacional no
“Velho Casarão” do horto
Era dia de festa.
Gente chegando de todos os lados.
Som de muitas vozes juntas, murmúrio.
De longe se ouvia o falatório.
Vozes graves...
Viajo no tempo.
Na lembrança, um grupo de alunos subindo
e descendo a escadaria estreita do velho casarão.
Camisas brancas, GV estampado nos bolsos, calças cinza.
As meninas, saias bem curtinhas mostram
pernas jovens e bonitas
Rostos alegres esbanjando vivacidade.
“-Pra ir à sala de Educação Musical
os meninos devem ir na frente, dizia a professora.”
A meninada não para nunca.
Parece um bando de pardais barulhento.
“Está chegando a hora do almoço.
Quem vai ajudar na cozinha, qual equipe?”
Volto da viagem.
Vou me aproximando. Sinto o coração
pulsando mais forte.
Vejo a escadaria cheia de gente, como nos velhos tempos.
Jovens e simpáticos senhores.
Belas e encantadoras senhoras.
Sorrisos... alegria... abraços... muitos beijos.
Quarenta anos depois, festa, reencontro.
O que teria acontecido há tento tempo para justificar tudo isso?
Entro no meio da “meninada”, dos abraços,
do carinho, do afeto e das muitas lágrimas de alegria.
“Mato” a saudade. Mergulho e me deixo lavar e levar
pelas águas puras da amizade verdadeira que os anos
consolidou.
Deixo aflorar as lembranças de um tempo de trabalho de uma equipe de educadores compromissada com a construção de um projeto original, sério e consistente, de educação renovada.
Aprendizagem paciente, cuidadosa e engajada.
Hoje, muitos ainda não compreenderam e perguntam;
-Por que acabaram com o Vocacional?
Será que não é hora de procurar as respostas e as explicações,
perguntam outros?
Será?
Mas sou interrompido...
`a direita dois,
à esquerda dois,
quatro para frente
devagar com nosso par
calcanhar e.................
É isso aí: não podemos caminhar para trás, precisamos caminhar para frente, devagar e com prudência, mas com verdade.
das coisas e dos fatos, com o compromisso
de contar a história dos acontecimentos que marcaram
positivamente ou não, a vida da gente e principalmente
na cidade de Rio Claro.
Reescrever essa história poderá beneficiar muito alunos e tantos outros educadores compromissados com o bem comum, com o avanço no processo ensino aprendizagem.
-Sabe, você tem razão, poderíamos até utilizar a “moderna” técnica do trabalho em equipe e resgatar a memória do GV e as vivencias que este velho casarão e o “horto florestal”proporcionaram!
-Acho que ainda sabemos trabalhar em equipe!
“ Gente, está na hora de almoçar e não vai ter
fila de repetição! No caminho para o refeitório, no porão,
encontro alguns alunos reclamando por causa das
férias que estão chegando!”
A tarde passa rapidamente.
Vou saindo de mansinho para não magoar o coração.
Espero que o próximo encontro não demore quarenta anos!
Esta historia vai continuar
Esta historia tem que continuar para contar a historia.
Até muito breve!
“Até logo, ola, muito prazer...tra-la-la”