

Uma viagem... de Boca Raton ao Bar do Nenê
Ele chegou de um jeito
meio sem jeito,
maneiroso,
diferente.
Acho que ele veio de uma tal de
“boca ratão”
lá dos “esteites”.
Ele tinha, mesmo, um modo de falar
de gringo...mas não era.
Depois é que eu descobri!
Ele falava baixo, com um certo cuidado,
tranqüilo...
Acho que meio desconfiado...!
Olhava tudo, examinava as fotos da parede,
as cachaças da prateleira...
parecia que estava conferindo tudo.
Ele veio com um amigo da gente... gente da casa...
e amigo de amigo, é irmão.
Aos poucos ele foi se acostumando com o lugar,
pegando “tento“.
Ele já conseguia até se equilibrar
nos banquinhos do boteco.
Não é mole não!
E nem reclamou do “reservado”
quando teve que tirar
água do joelho e se espremer por lá.
Quando começamos a terceira “escol“
ele já estava mais à vontade;
sorria e pedia, e comia com gosto a especialidade da casa,
“ malha chapada “ de carne moída e muito pão amanhecido!
Ele disse que estava uma delícia, e
que nunca tinha comido coisa igual.
Aí então, “chamaram ele” pelo telefone:
e ele foi buscar a mulher dele!
Eu acho que ela veio conferir!
Ela também chegou meio desconfiada,
Carinha séria, ”amarrada”...
meio enfezada.
Com que será que ele está?
Mas, também, logo se acostumou com a gente,
com a alegria da amizade
sem frescura.
Depois de mais duas...
e alguns goles de catuaba,
tudo era festa.
Ela que se cuide! Ele gostou do boteco.
O papo com o Jura,
o mais famoso craque do boteco,
foi um arraso; principalmente
quando ele mostrou
suas fotos com o Pelé.
Segura, Jura!
Tenho certeza que o “tar” de “Jaques”
gostou da gente!
Ele elogiou muito o boteco.
Disse que nunca na vida tinha
visto um bar como esse.
Nem por lá, nos “Esteites” , nem por cá.
Achou tudo muito legal, diferente,
sem igual!
Elogiou mesmo!
Ele ficou mais umas “loiras” e
muitos goles de catuaba”
Cara legal! bom papo!
Boa gente
Gente fina é outra coisa!