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Meu amigo Denizard

Ele era um artífice das Belas Artes: principalmente da trabalhosa arte de bem viver.

Ele era uma pessoa simples – não era complicado o seu relacionamento com as coisas e com as pessoas. Todos que o conheceram e privaram da sua amizade e companhia lamentam, hoje, não terem passado mais tempo batendo papo com ele. Era prosa que descansava e divertia. Era agradável desfrutar da sua companhia.

Era um tempo que passava sem a gente se aperceber que já estava na hora de ir embora e deixá-lo sonhando um pouco mais com as Artes.

Muitos, porem, não o compreendiam bem! Mas a vida é assim mesmo, nela não existe unanimidade. Ele era um fiel representante da diversidade, de um caminhar sem pressa, em um mundo tão apressado. Como bom artista, ele não apreciava o muito programado, o quadrado. Ele costumava experimentar e caminhar novos caminhos. Nem sempre dava certo, do nosso ponto de vista. Mas ele era feliz! Na sua produção de artista: quadros, alunos, amigos, docentes, eram sempre companheiros de viagem que mereciam a sua atenção e o seu carinho.

Sabia partilhar com todos os seus conhecimentos e a sua sabedoria e experiência nas áreas da Educação ou do difícil relacionamento humano.

Muitas vezes ele não tinha uma resposta definitiva ou adequada para as inúmeras peças ou surpresas que a vida nos prepara, mas prosseguia a sua caminhada em busca da felicidade, procurando sempre aparar arestas e não provocar conflitos. Antes de tudo, o entendimento. Ele era um homem de paz.

Quando lhe pediam a opinião sobre um trabalho artístico ou a respeito de uma pessoa, com voz mansa e sorriso cativante, discorria longamente sobre os mais variados aspectos positivos de ambas as obras artísticas: a dos homens e a de Deus.

Bom observador que era, procurava, dessa maneira, valorizar o lado bom, o belo que há nos homens e em toda a sua produção. Atenuava, ou desmontava os pré-conceitos.

Assim era ele com os seus alunos.

Quantas vezes saia para um “passeio” com a classe a fim de observar a cidade e, como dizia, sua gente, suas construções, suas ruas e arvores, enfim, tudo o que fazia parte da sua paisagem, material ou humana.

Era comum vê-lo chegar à escola com os alunos, vindo de algum estudo de observação. Alunos animados, risonhos e conversadores... motivados para as conclusões que certamente viriam.

-Onde foi você com a meninada, colega?

-Fomos ver o jogo do Velo Clube. Que belo jogo, que espetáculo artístico. Quanta animação, movimento, quanta criatividade.. Quanta vida a se transportar para uma tela!

Essas saídas, passeios, eram na realidade, momentos para desenvolver a capacidade de observação das coisas, dos fatos e acontecimento que ocorriam no cotidiano da cidade; acontecimentos que não podiam passar despercebidos para o verdadeiro artista e para o verdadeiro cidadão.

“Se o artista perder a alegria de viver, perde também a capacidade de observar, analisar e sentir as coisas vivas ou mortas, animadas ou inanimadas – dizia ele – perde a sua alma e, em conseqüência, a capacidade de fazer Arte, de transmitir a vida. Morre o artista dentro dele.”

“Como estamos de passagem por este mundo, é preciso que alguém (o artista) documente , dos mais diversos ângulos o aqui e o agora” ( Denizard)

CONTE SUA ESTÓRIA

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