Maquito era um macaquinho esperto e muito peralta. Ele estava sempre inventando alguma arte.

Gostava de mexer com as galinhas: puxava as suas penas, derrubava os poleiros onde elas costumavam se acomodar para dormir, enfim, não dava sossego e todas reclamavam com seu galo. Ele vivia correndo atrás do Maquito que, sempre encontrava um jeito de escapar.

Mas ele não se aquietava nunca, e logo ia cutucar o gato com o cabo da vassoura ou derramar a água do cachorro totó.

Ele não era apenas bagunceiro, travesso, era também desobediente.

Um dia, abriu a porta do galinheiro do seu Libório e soltou todas as galinhas. Foi uma festa, galinha correndo pra todo lado.

Quem não gostou e ficou muito bravo foi seu Libório, que foi reclamar com dona Marquita, mãe do Maquito, que o pôs de castigo. Não ia poder subir no grande pé de abacate durante três dias e nem ganhar uma banana de sobremesa.

Mas pouco adiantou. Maquito continuava fazendo macaquices e travessuras.

Outro dia, a mãe pediu-lhe para ele ir buscar, na venda da esquina, um vidro de cola. Maquito pensou em fazer uma arte; colar as penas do papagaio, mas preferiu aproveitar a ocasião e comprou também um pacote de passoquinhas. E sem ninguém saber foi comer, todas, lá em cima do abacateiro.

Não passou muito tempo e ele gritou bem alto: Mãeeeeeeenhe, estou com dor de barriga.

Foi um a correria. Sujou as calças e precisou trocar de roupa muitas vezes.

Bem feito, disse dona Marquita, veja se agora você obedece a sua mãe.

Mas não teve jeito, logo de manhã, lá estava ele cutucando o cacho de abelhas com uma vara.

-Não faça isso Maquito, as abelhas podem picar você, disse a mãe.

-Eu saio correndo e elas não me alcançam, respondeu.

No dia seguinte lá estava ele, novamente, cutucando as abelhas.

Mas dessa vez, elas se prepararam para combater o inimigo.

Quando Maquito chegou perto: zuuuuuuuummmmmmm, voaram todas em sua direção. Foi um ataque planejado.

E picaram à vontade.

Picaram o pé, o nariz, a mão, o rabo, o dedo, a barriga, o pescoço, o peito, o bumbum, a perna, a boca, os olhos, as orelhas......Picaram muito.

E foi outra correria, uma choradeira.

-Minha mãe, acuda, gritava Maquito.

Foi preciso colocar um lençol em cima dele para livrá-lo das abelhas.

A bicharada da casa ficou com muita pena do Maquito, mas entenderam que ele, finalmente, tinha levado uma boa lição por causa das artes que aprontava.

Maquito ficou todo inchado, não saiu de casa por uma semana e não deu trabalho pra ninguém, somente gemia de dor.

-Se você fosse obediente não estaria sofrendo tanto. As abelhas estavam defendendo a casa delas, disse a sua mãe!

Enfim, parece que a lição foi boa para Maquito.

Ele, dizem, está mais obediente e menos arteiro.

Continua fazendo macaquices, mas não ofende nem prejudica ninguém.

Agora ele é um bom menino, isto é, um bom macaco.

Maquito passou a ajudar sua mãe nos trabalhos de casa e faz companhia para seu Libório.

Aprendeu a lição...