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O circo

O ônibus parou bem em frente ao portão da escola.

A meninada já estava esperando por ele.

Todos estavam alegres e falantes. Parecia um bando de passarinhos fazendo algazarra na praça.

Melissa estava muito feliz – ela iria realizar um antigo desejo: assistir um espetáculo no circo.

Quando o ônibus começou a se movimentar todos os alunos já estavam sentados em seus lugares, mas não paravam de falar. A alegria era geral.

O circo estava armado em um bairro não muito distante da escola. Ao chegarem, todos ficaram admirados com a enorme lona azul enfeitada de bandeirolas de todas as cores.

As arquibancadas já estavam quase todas lotadas e não foi fácil encontrar um espaço para acomodar todos juntos.

O pipoqueiro passou... Vendendo pipocas. O “amendoinzeiro” passou... vendendo amendoins torradinhos –“ o melhor da cidade”.

Passou um vendedor de cachorro quente vendendo … Cachorro quente, e um outro vendedor oferecendo refrigerantes e sucos. Uma bonita mocinha se apresentava para tirar fotografias da turma; todos queriam aparecer nas fotos! Só que é preciso pagar, alertou uma professora.

-Ah!!!!!!!!!!!!!!!!

Passou também a vendedora de maçã do amor. Oba! A maçã do amor estava uma delícia com aquela casquinha de caramelo doce e vermelho por fora e por dentro, azedinha - Hummm!

Que gostosura, e que sede... moço, me dá um guaraná!

Logo as luzes começaram a se apagar, pouco a pouco, até que somente o palco ficou iluminado.

Palco não, Melissa, no circo é picadeiro!

-Senhoras e senhores, gente grande e gente pequena, criançada... disse o apresentador- um moço com um bigodão “ desse tamanho” e que vestia uma casaca preta e tinha uma cartola na cabeça.

-Vai começar o espetáculo!

E começou um grande desfile de apresentação com todos os artistas do circo: homens , mulheres com roupas lindas e brilhantes, crianças, bailarinas, equilibristas, mágicos , atletas, ursos, cavalos, três enormes elefantes...

Somente a girafa não apareceu. O apresentador disse que ela estava com dor de garganta. Devia ser uma dor de garganta muito grande!

Logo depois, apareceu o palhaço com uma bandeja cheia de copos com água colorida.

Ele entrou, sorriu, tropeçou... e caiu no chão com bandeja e tudo. Mas logo se levantou, limpou um pouco a roupa e disse bem alto:

-Puxa vida, vocês viram? Por pouco, quase caí!

Foi uma gargalhada geral!

Por sorte nada se quebrou, pois os copos eram de plástico e estavam colados na bandeja... e a água era de mentirinha.

Aí então ele se apresentou. Sou o palhaço... e soprou um apito;

Fiii...Fí.

Sabem quem eu sou? Sou o palhaço, e soprou novamente o apito; Fiii...Fí.

Quando ele perguntou pela terceira vez; vocês sabem o meu nome?

Eu gritei bem alto com todos os que estavam no circo: FIII...FÍ.

Foi só risadas por todos os lados.

Sabem por que eu me chamo Fiii...Fí ?

É que eu tenho dois irmãos que nasceram antes de mim. O primeiro chama-se Faaa...Fá e o segundo Fééé...Fé, assim eu só poderia ser o ... e todos gritaram Fiii...FÍ.

Fiii...Fí fez muitas graças, muitas palhaçadas. Era um palhaço muito engraçado e divertiu muito a gente.

Eu ri tanto que fiquei até com dor de barriga.

Mas o mais divertido foi quando as calças do Fiii...FÍ caíram e ele teve que sair correndo para trocar de roupa, mostrando uma cueca vermelha com estrelinhas amarelas .

Foi muito engraçado. Fiii...Fí conquistou a plateia.

Depois foi a apresentação dos elefantes, e um deles, o maior, fez sucesso quando subiu sobre uma grande mesa de ferro e ficou equilibrando-se só em uma pata.

Ainda bem que ele não escorregou e caiu, senão ia afundar o picadeiro com aquele bumbum enorme.

Os trapezistas, lá no alto, balançavam se para lá e para cá mudando de trapézio e dando muitas piruetas no espaço.

Quanta coragem!

Mas em dado momento fiquei gelada quando um deles quase caiu lá de cima.

Ainda bem que tinha uma grande rede de proteção. Mas tudo terminou muito bem e eles foram muito aplaudidos.

Foi uma tarde inesquecível e eu fiquei muito admirada com a coragem do domador de feras.

Ele ficou sozinho na grande jaula armada no picadeiro.

Os enormes leões obedeciam saltavam de um lado para outro sobre grandes bancos. Em dado momento acenderam um arco de fogo dentro da jaula, mas todos ficaram assustados quando o maior deles não quis obedecer e ameaçou atacar o domador dando um alto murro.

Mas ele, com muita calma, firmeza e coragem dominou a fera que o obedeceu.

Todos respiraram aliviados. Todos aplaudiram! Que susto!

O Palhaço Fiii... Fí voltou muitas vezes com seus amigos para outras palhaçadas até que deu um grande encontrão com um deles e ficou estendido no chão.

Ele teve que sair carregado de maca.

Depois, voltou todo embrulhado em faixas de pano – parecia uma múmia.

Mas assim mesmo nos divertimos muito.

A seguir, o apresentador nos avisou que o espetáculo estava terminando.

Ele chamou de volta ao picadeiro todos os artistas para um desfile de despedida.

Que maravilhosa apresentação!

Quando cheguei em casa, havia tanta coisa para contar que naquela noite, fomos dormir muito tarde.

Vovô contou que os artistas dos circos são muito dedicados ao seu trabalho e preservam uma arte muito antiga e tradicional.

São pessoas muito solidárias e unidas. Devemos respeitá-los, pois também lutam, muitas vezes, com dificuldades e trabalham com dedicação para manter a forma física e artística e para poder oferecer ao público alegria e boas emoções.

Quase não dormi aquela noite, sempre pensando na maravilhosa oportunidade que tive ao visitar aquele circo.

Você já assistiu ao espetáculo em um circo?

 

Mais uma historinha do vovô

para a leitura dos meus netos.

Espero que gostem.

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