

O bom quintal
Tem manga de vez no quintal da Maria Miguela. Já dá pra comer com sal, disse o Totonho. Vamos esperar ela sair com sua grande cesta cheia de mangas para vendê-las e ai então, nós entramos lá e pegamos algumas.
Com ela não dá pra fazer negócio, pois ela sempre diz que todas estão boas:- “Tute é boné”.
Vamos pular o muro que não é muito alto e um de nós fica embaixo para distrair o cachorro que não é bravo, mas faz um barulho danado.
O sal pra passar nas mangas eu arrumo, disse o Marcelo.
É só esperar na esquina a Maria Miguela passar; e lá vem ela.
Não deu outra. Ela parou e ofereceu mangas a garotada dizendo - Não adianta escolher é “ tute boné ”
Não foi difícil entrar no quintal e logo Dinho subiu no pé de manga espada, a preferida, e foi jogando umas para a gente pegar sem deixar cair no chão para não amassá-las. Eu fiquei entretendo o cachorro e vigiando a rua para ver se o irmão da Maria Miguela não chegava para o almoço e pegava a gente no flagra.
Mas tudo correu bem e pudemos saborear algumas boas mangas com sal.
Quando minha mãe chamou para o almoço eu não tinha nenhuma fome e tive que dar uma desculpa para ela. Disse que estava com dor de barriga. Na verdade estava mesmo, mas é porque comi muita manga verde com sal.
Mas a grande surpresa foi a sobremesa que mamãe preparou para nós: -Um prato de lindas mangas compradas da Maria Miguela.