

Bons tempos
Bons Tempos
À minha querida São Carlos.
Estou voltando cidade amiga...
Encontro você diferente.
Mais bela, mais cheia de vida,
mais faceira.
“Menina granfina coberta de verde
da cabeça aos pés”
Eu, de cabelos branqueados,
mais velho,
mais vivido, mais sofrido.
Caminhei longo caminho,
viajei minha viagem.
Percorri longas distâncias.
Semeador que sai a semear,
semeei, plantei.
E tudo adubei com o húmus generoso e farto
que levei da minha terra.
Colhi alegrias e tristezas...
Mas nunca, porém, deixei de semear.
Nunca desanimei,
Nunca olhei para trás.
Semeador que sou, nunca desisti da semeadura.
Hoje me sinto pequeno.
Sou apenas um menino quando volto pra você .
Lembro o tempo de criança, de juventude...
esperança.
Lembro a madrugada fria,
O vento forte de agosto,
A claridade... o luar.
Vejo a grande avenida,
A nossa Escola Normal,
Um bando de normalistas,
Imaginando em sonhos...Educar.
A piscina da baixada,
As brincadeiras dançantes,
A bonde da linha dois,
A serenata ao luar...
Guarda noturno apitando,
Era hora de parar.
Tempo bom despreocupado
De café no bar Pistelli.
A imponente catedral.
Basquete no João Marigo...
A pizza lá no bambu, O footing na coronel.
O sorvete no Maneco.
A igreja São Sebastião,
com muitos “brotos” flertar.
Hoje estou voltando cidade amiga.
Vim descansar meu cansaço,
derramar todo o meu pranto,
todos os sonhos desfeitos,
todos os meus devaneios,
toda minha esperança.
E tudo que construí.
Vim trazer o meu lamento.
Esta saudade adoidada do tempo que longe vai.
Passou, passei.
Voltei, minha São Carlos do Pinhal
prá te dizer:
Eu era feliz...